Aparelhos auditivos podem atrasar o início do Parkinson, sugere estudo
Estudo revela que aparelhos auditivos podem reduzir o risco de Parkinson, reforçando a ligação entre saúde auditiva e cerebral.
Marcelino Matos
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Uma recente pesquisa aponta que o uso de aparelhos auditivos pode ajudar a retardar o surgimento da doença de Parkinson. A ideia de que a saúde auditiva está conectada ao funcionamento cerebral já era objeto de investigação, mas o novo estudo reforça essa ligação.
A análise, publicada no JAMA Neurology, avaliou dados de 3,5 milhões de veteranos nos Estados Unidos, em sua maioria homens brancos de meia-idade com graus variados de perda auditiva. A pesquisa acompanhou esse grupo por duas décadas, trazendo descobertas significativas.
Aparelhos auditivos e o risco de Parkinson
Os pesquisadores observaram que veteranos com perda auditiva leve apresentaram mais casos de Parkinson ao longo de 20 anos. Entre esse grupo, houve 10 diagnósticos adicionais de Parkinson para cada 10.000 pessoas.
Por outro lado, aqueles que passaram a usar aparelhos auditivos imediatamente após o diagnóstico de perda auditiva tiveram menor probabilidade de desenvolver a doença. Essa diferença tornou-se evidente já no início do estudo, reforçando a hipótese de que os dispositivos auditivos podem ter um papel protetor.
Os resultados indicam que o uso de aparelhos auditivos pode ser uma estratégia eficaz para reduzir o risco de Parkinson, segundo os especialistas.
A ligação entre audição e saúde cerebral
Diversas evidências apontam que a perda auditiva está associada à neurodegeneração. O uso de aparelhos auditivos, por sua vez, tem se mostrado uma solução acessível e eficiente para prevenir o declínio cognitivo.
Por exemplo, um estudo realizado em 2023 demonstrou que os aparelhos auditivos podem reduzir pela metade a taxa de declínio cognitivo em idosos. Já outra pesquisa recente indicou que esses dispositivos podem ajudar a prevenir demência em pessoas mais velhas.
O estudo atual é o mais detalhado até o momento a investigar a relação entre perda auditiva e o desenvolvimento de Parkinson, que também está associado a problemas cognitivos.
Questões ainda em aberto
Apesar dos avanços, ainda existem dúvidas sobre como exatamente os aparelhos auditivos beneficiam a saúde cerebral. Eles têm algum efeito restaurador nas conexões neurais? Reduzem a carga de processamento do cérebro? Melhoram as interações sociais?
Os pesquisadores acreditam que estudos futuros poderão responder essas questões. No entanto, as evidências já são suficientes para recomendar que a triagem auditiva seja incorporada aos cuidados de rotina na atenção primária.
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