Diferença entre surdez e deficiência auditiva: entenda o componente sociocultural
Ambos descrevem qualquer forma de perda auditiva, mas incluem um componente sociocultural
Surdez e deficiência auditiva são temas distintos e que podem gerar dúvidas para quem está lidando com essas situações, ainda mais que muitas vezes são usados como sinônimos.
A resposta para essa questão depende do ponto de vista da análise. Ambos são empregados para descrever qualquer forma de perda auditiva, abrangendo desde graus leves até profundos em um ou ambos os ouvidos, porém, uma abordagem exclusivamente orgânica não é suficiente, uma vez que as classificações de deficiência auditiva e surdez incluem um componente sociocultural crucial, relacionado à comunicação gestual.
Aproveitamos essa dúvida relevante para explorar as principais características da perda auditiva, os tratamentos disponíveis e destacar o fator sociocultural como elemento determinante para diferenciar as nomenclaturas.
Características da Deficiência Auditiva e Surdez
O grau de perda auditiva está relacionado com o quanto ouvimos, ou seja, com a medição da nossa audição. Nos exames são identificados o grau e tipo de perda de cada paciente e basicamente as características são:
- Sem perda auditiva (0 a 25 dB) – sem dificuldade aparente;
- Leve (26 a 40 dB) – dificuldade de manter um diálogo em ambientes com muito barulho;
- Moderada (41 a 55 dB) – dificuldade em ouvir a fala quando há ruído de fundo e necessidade de aumentar o volume da TV ou do rádio;
- Moderada a severa (56 a 70 dB) – necessita de fala em tom alto e apresenta dificuldade para conversar em grupo;
- Severa (70 a 90 dB) – só ouve a fala em tom muito alto e faz uso de leitura labial. Alguns pacientes também adotam a língua de sinais (Libras);
Tratamentos
Os tratamentos para perda auditiva estão diretamente vinculados à sua causa. Alguns exemplos incluem:
- Perfurações e alterações na membrana timpânica: Pode requerer cirurgia e/ou uso de aparelho auditivo;
- Obstrução por cera: Limpeza feita por um otorrinolaringologista pode ser suficiente;
- Envelhecimento natural (presbiacusia): Requer o uso de aparelho auditivo.
O fator cultural para diferenciar os temas
Para compreender as principais diferenças entre odeficiente auditivo e surdo, é crucial considerar o contexto sociocultural. A Língua Brasileira de Sinais (Libras) desempenha um papel vital nesse cenário, sendo essencial para a comunicação na comunidade surda.
Esse componente cultural é determinante para diferenciar os dois grupos, pois aqueles que não pertencem à comunidade surda são identificados como deficientes auditivos. Nesse contexto, o grau de perda auditiva perde relevância, pois a identidade surda é o fator crucial, enquanto os deficientes auditivos estão mais próximos do mundo ouvinte, geralmente perdendo gradualmente a audição e optando por comunicação por leitura labial, aparelhos auditivos, e recursos assistivos, como legendas.
Assim, as diferenças entre deficiência auditiva e surdez são discerníveis por meio de perspectivas orgânicas e socioculturais. Vale ressaltar que, no âmbito sociocultural, o termo “surdo” é utilizado exclusivamente para descrever indivíduos que pertencem à comunidade surda e utilizam a língua de sinais.
Ao buscar compreender e respeitar as diferenças, construímos pontes de entendimento que transcendem as barreiras do som. A inclusão efetiva não apenas se traduz em soluções técnicas, como aparelhos auditivos, mas também incorpora uma aceitação e celebração das diversas formas de se comunicar e existir no mundo, seja utilizando a linguagem gestual, a leitura labial, ou outros métodos.
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